sexta-feira, 19 de abril de 2019

De um arauto terceiromundista



Eu que sou filho da Terra
eu que sou filho da Mata
eu que sou filho do Sol Inclemente
eu que sangrei e que sangro

Não me rendi
e não me renderei

Hei de permanecer plantado
na alma de quem se move e luta

Aponto minha lança para o futuro
disparo certeiro no coração do mito...
o que mais-valia já não vale tanto
emergindo da lama do espanto
voltarei
para reclamar o mundo
e a essência que a mim pertence.

domingo, 7 de abril de 2019


                   Aos loucos da minha cidade.
Santa,

me abraça
entre seus braços,

junto a seus seios

comprimido

me deixo derreter

lentamente

santa,
escute só o alarido.

gritos,

sussuros,

gemidos.

Contra o muro

encardido

lhe chamam:
                   Tereza!


Vai rumo ao infinito
bendito ato desprovido de atrito
segue bem leve
alma, corpo e tenho dito:
é pó, poeira, matéria prima de estrela
segue frio no  vazio da noite
silenciosamente flutua livre no espaço
vida que segue em seu ato
me diz o tempo um dia vai lhe devorar
me diz o tempo um dia vai lhe devorar