sábado, 6 de junho de 2009

Veneno da madrugada

Essa noite o que brota dos meus dedos é a erva venenosa dos campos dos sonhos, da terra onde mortos e vivos se encontram pra lamentar o tédio da existência. Noite sem fim! Meus olhos pesam toneladas, minhas veias ardem... Todo meu corpo cheira a soro, todo meu corpo fede como se já a muito estivesse apodrecido. Já andei pelas ruas ferido de morte , me retorci no escuro de uma casa vazia, eu sei que fui derrotado! Já devorei almas inocentes, e cuspi na cara de deus, já fui ao chão em desgraça. Para os meus pecados não há perdão...Não há perdão! Nessa noite, de cabeça cheia, de coração lacerado, escorre dos meus dedos o sangue negro do demônio, sangue que escorre pelo quarto, que escorre pela sala e que procura a rua; que procura os bares, as vielas, os becos, as sombras onde em outro tempo saciei minha sede. Já podem descer aves de rapina! Desçam sei que já a muito desejam a carne da minha carne, o sangue do meu sangue. Aproveitem... Hoje é o dia do festim.

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